Há uns dias tinha um belo texto a
ser cozinhado, bem pensado, interessante e até um pouco poético. Influenciada pela
ida repentina da malfadada poluição, pelo sol radioso que me invadia o
domicílio e a calma aparente do dia, tinha tudo para ser um texto agradável… tinha,
até tudo ter virado de pernas para o ar.
Bastaram 10 minutos (o tempo que
me leva a sair de casa, ir buscar a miúda e regressar) para que a casa,
anteriormente silenciosa, fosse invadida por narizes fungosos, espirros,
tossidelas, nebulizações, vómitos e choro. Lá está…a primeira e mais óbvia
consequência de se ter miúdos na escola: os vírus, as constipações que se
espalham, a montanha de lenços de papel espalhados pela casa, mudas de roupa
que nunca mais acabam…
Estava a saber bem ter umas
horinhas só para mim, para regressar ao ginásio, retomar algumas rotinas,
arrumar a casa e vê-la limpa e impecável por mais do que 5 minutos…e, de
repente, tudo isso desapareceu. O sol também desapareceu e a
poluição que nos tinha dado umas tréguas voltou em grande e amanhã parece que
ainda vai ser pior! A mais pequena contaminou o mais velho e agora tenho dois
enfermos em casa: lenços de papel a dobrar, espirros a dobrar, tosse a dobrar e
uma dor de cabeça que teima em não me abandonar. Estou mesmo precisada de
férias! Sim, eu também tenho direito a férias. Pensam porventura que a mulher
que não trabalha fora de casa passa o dia no “dolce fare niente”? Experimentem
então e depois digam-me se é fácil!
O manto branco de há duas semanas
já desapareceu. As árvores estão definitivamente despidas e o inverno está 100%
instalado por estas bandas. Embora não tenha voltado a nevar, o canal congelou
finalmente e as temperaturas negativas já obrigaram a gastos suplementares com
botas de neve, casacos, gorros e luvas. Uma pessoa sai à rua disfarçada de
esquimó mas nem assim consegue escapar ao frio!
Ontem foi dia de ir com uma amiga
às compras. Uns miminhos para os amigos e familiares que sempre nos têm
apoiado. Ainda não está tudo comprado! ;)
Esta semana comecei a ler um novo
livro. Estava bastante relutante em começá-lo. O tema é forte (doença de Alzheimer)
e diz-me muito. Para já estou a gostar muito mas pressinto que nos próximos
dias vou precisar de muitos lenços de papel junto a mim.
Para além de romances, sempre que
posso dedico algum tempo à leitura de revistas essencialmente dedicadas aos
habitantes de Pequim ou Beijingers como somos chamados. Estão escritas em
inglês e muito focadas nos interesses dos estrangeiros que aqui residem
dando-lhes a conhecer a cidade e sugerindo atividades interessantes
semanalmente. Esta semana chamaram-me a atenção os seguintes números:
- 318 RMB (cerca de 45€) é o
valor em média que um habitante de Pequim gasta, por ano, em livros. Pelos
vistos leem mais do que o resto do país!
- 43 horas foi quanto demorou a
substituir a Ponte Sanyuan. Mais de 1,300 toneladas de material foram usadas
para apressar um processo que em média dura, pelo menos, dois meses. Incrível!
- 100 milhões é o número de
passageiros que o novo aeroporto internacional de Pequim, situado no distrito
de Daxing, irá receber anualmente em 2025. Será o terceiro aeroporto da capital
chinesa.
Boa semana a todos e despachem-se
a comprar os presentes de Natal!
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