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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Dia D

Há umas semanas o dia 25 de agosto apresentou-se na agenda desta família como o dia de todas as dores de barriga: pais, filho, avós, todos estávamos bastante (vá lá…muito!!) ansiosos, preocupados e stressados. Apenas a miúda passou ao lado de toda a inquietação que se gerou com a chegada do primeiro dia de aulas na nova escola.

Quem conhece o meu André sabe que ele sempre foi muito ligado à família e que a entrada para a pré escola foi um momento muito complicado para ele. 3 anos e 4 meses feitos e, de repente, vê-se num país novo (Timor Leste) e “obrigado” a frequentar uma escola internacional (australiana) onde apenas uma educadora falava português. Desses meses ficam as memórias de muita choradeira, muito colo e mimo, uma ama timorense super carinhosa, cantigas trauteadas em inglês e os números até 10.

O regresso a Portugal coloca o André numa escola pública: um pré-escolar que sempre funcionou muito bem, uma educadora maravilhosa e auxiliares dedicadas, muito profissionais e atenciosas. Graças a elas o meu menino cresceu e aprendeu a gostar da escola. Fez muitos amigos e até os pais viveram aventuras fantásticas. 
O primeiro ciclo e a transição para uma escola nova, uma professora nova e novas rotinas trouxe de volta a insegurança e os medos mas ao cabo de 3 meses tudo estava ultrapassado e o meu menino de 6 anos mostrava-se empenhado, cumpridor, interessado e bom aluno.

E eis que, 3 anos volvidos naquela que passou a ser a sua segunda casa e com os seus amigos de sempre, nós (pais) resolvemos trocar as voltas ao miúdo (outra vez!!) e rumar para o oriente. O menino inseguro de 3 anos transformou-se em 9 anos de determinação e maturidade e, mais uma vez, nos surpreendeu.

Na noite anterior conversámos bastante e ele adormeceu pacificamente; já eu e o pai passámos uma noite sobressaltada. Coisas de adultos!! O dia D amanheceu azul, quente, bonito e prometedor de grandes acontecimentos, mas os papás totós e os avós babados continuaram cheios de dúvidas. O nosso homenzinho portou-se à altura, ainda que com alguns nervos à mistura. As horas passaram-se a contar os minutos para o ir buscar. Quando vimos o sorriso de orelha a orelha soubemos que tudo tinha corrido bem e pudemos, finalmente, respirar de alívio.

Curiosidades de um primeiro dia de escola!

Papá: “Então fizeste amigos?”
André: “ Sim, três!”
Papá: “Ai é? E como se chamam?”
André: “Não sei!”
Papá: “E o que é que conversaram?”
André: “Nada!”
…e assim começam as grandes amizades!


“Afinal a escola é bem melhor do que eu imaginava!” by André Souto (25-08-2015)




Assim seja, meu amor, o início de uma caminhada árdua mas feliz!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Um mês!

E já cá estamos há um mês!
Entre compras, arrumações, limpezas, decorações, almoços e jantares, convívios, museus, parques, shoppings, monumentos, templos, viagens de avião, carro, autocarro, metro e táxi, muito haveria para dizer neste balanço de um mês de aventuras. E descanso…ao contrário do que as “más línguas” têm dito, eu não tenho descansado muito…quase nada! O tempo livre passado em casa tem sido dedicado à leitura de um excelente livro de Carlos Ruiz Zafón e à escrita destes pequenos textos quando a inspiração surge…e as crianças o permitem!
Destaques deste primeiro mês: em primeiro lugar a minha Micas. Para aqueles que não sabem, eu trouxe a minha gata para, também ela, ficar de olhinhos em bico. Sabem como é, quando me meto à aventura arrasto sempre mais alguém comigo. Quando se colocou perante nós a certeza de que vínhamos, uma preocupação foi saber que destino dar à gata. Em casa não podia ficar, com os meus pais também não, dá-la para adoção era muito doloroso…mas teria sido uma opção se não pudéssemos suportar os gastos. E eis que, mais uma vez, o maridão amoleceu o coração e lá concordou com a minha vontade de a trazer connosco. <3 Depois de semanas a fio de planeamento da viagem da Micas e do stress que foi ter todos os documentos, vacinas, exames e carimbos certos, veio outra preocupação: a viagem. A Micas nunca aguentou uma viagem de carro, por muito curta que fosse, sem miar aí umas cem vezes, por isso acreditem quando vos digo que era a minha grande preocupação na viagem para cá. Felizmente a minha companheira de 10 anos conseguiu surpreender-me, portou-se muito bem e a chegada à nova casa foi um alívio para as duas. Facilmente se adaptou ao espaço, já tem os seus cantinhos definidos, tem estado muito bem. Tão bem, tão bem que já quer voltar aos velhos (maus) hábitos de atacar os sofás!! Vêm só como está adaptada?! Acho que me posso considerar uma felizarda porque tive a possibilidade de a trazer connosco mas não posso condenar aqueles que não o fazem pois os entraves são tantos, a burocracia é absurda e os valores são exageradamente altos.

O outro ponto de destaque deste primeiro mês foi a chegada da minha carta de condução e, consequentemente, as minhas primeiras saídas com o carro. Bem…a primeira vez foi um verdadeiro teste mas o relato fica para uma próxima. ;)

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Lar, doce lar!

Ao cabo de três semanas na China não me faltam temas para debater, relatar, divagar, esmiuçar sobre esta cultura tão diferente da nossa. No entanto, e porque tenho andado ausente do blog, vou fazer a vontade a algumas pessoas e vou falar da vida familiar. Sim, eu sei, preferiam alguns que vos relatasse mais aventuras com passadeiras, transportes públicos, compras ou a (falta de) comunicação porque eles não entendem nadinha de inglês…e eu nadinha entendo de mandarim. Fica para a próxima. Está prometido!  :D
Hoje o tema é a nossa casa. E é um tema bem importante pois a casa onde vivemos deve ser confortável, deve ser a nossa cara. A nossa casa fica situada numa zona residencial a alguns minutos de carro de muitas embaixadas, centros comerciais, mercados e restaurantes. Temos o Costa Coffee (YES!), o Starbucks (YES, YES, YES!), o estádio do Beijing Guoan Football Club mesmo ao pé, o Instituto Francês no r/c do prédio e o Instituto Cervantes a dois minutos a pé. Estamos bem servidos de vizinhos europeus mas, que saibamos, somos os únicos Tugas nas redondezas! É caso para dizer: somos poucos, mas bons!
Moramos num condomínio privado com seguranças à porta e um parque automóvel de fazer inveja a qualquer um. Para estacionar o nosso modesto carro na garagem passamos por Range Rovers, Porches, Maserati, BMWs, Mercedes, Lexus e outros que tais! Uma pessoa até se perde!
O condomínio tem 4 prédios com 30 andares cada um. Nós moramos no 6º que no fundo equivale a um 5º pois o número 4 parece dar azar por estes lados e então não existe 4º andar. Esquisitos? Talvez! E nós com o 13? Também não somos muito normais, pois não?!
Nunca morei numa casa tão grande. Quase 270m² de área. Que fixe, dizem vocês! Que trabalheira para limpar tudo, digo eu! ;)
E por falar em limpezas…boa parte do tempo que aqui passei até agora foi a tornar esta bela casa ainda mais bonita, confortável e habitável. Lavar paredes, vidros, cortinas, casas de banho, cozinha, escritório, quartos…está quase tudo feito, mas nada teria sido possível sem a preciosa ajuda dos meus pais que de turistas viraram “empregadas domésticas” e nos deram uma preciosa super ajuda. Ahhhh… as duas idas ao IKEA também foram bastante proveitosas…e dispendiosas!De qualquer forma, a nossa casa já não é só uma casa. É um lar! Um lugar de reencontro, de família unida, de risos, de partilha, de projetos e sonhos. 


                                                                                                             
 O quarto dos miúdos
Sala de estar
Sala de jantar
Cantinho dos brinquedos
O nosso quarto
pormenor do corredor
A cozinha