O coração de uma mãe torna-se por
vezes tão apertadinho e sofrido…
Não sei como nós, mães,
aguentamos, respiramos fundo, colocamos um sorriso nos lábios e acreditamos
piamente que tudo vai melhorar. Sinceramente não sei!
Esta semana a Catarina foi, pela
primeira vez, para o Jardim de Infância…ou creche…ou pré escola…ou suga contas
bancárias…o que lhe quiserem chamar!
Não é uma doença, não é uma
intervenção cirúrgica, não são dores insuportáveis… é o início de uma etapa que
se pretende que seja saudável, emocionante, enriquecedora, de descoberta, de
aventura, de crescimento e desenvolvimento. Deseja-se que seja isto tudo mas,
na verdade, estes primeiros dias têm sido de tortura para ela e para os pais.
Sei que o coração mole do pai se derrete todo à primeira lágrima da nossa
menina. Sei que por isso não a quer levar à escola nestes primeiros tempos
deixando para a mãe a tarefa de a levar e engolir em seco as vezes necessárias
para não desatar a chorar à sua frente.
Porque é que não existe um botão
“on/off” que possamos manobrar consoante a necessidade do momento? Desligávamos
o botão do aconchego do lar, do mimo da mãe, da segurança da família e
ligávamos o botão da escola, dos amigos e da educadora! Tão mais simples!
Tudo é novidade e confusão
naquela cabecinha de dois anos e meio. Por muito que a incentivemos e
expliquemos, ela ainda não entende o porquê de não poder ficar com a sua mamã
todo o dia. E depois o meu coração apertadinho põe em causa a decisão tomada.
Será que é cedo demais? Será que estamos a fazer o mais correto? Valerá a pena
fazê-la passar por tanta angústia?
Porque é que os meus filhos não
são como aqueles meninos que vão para a escola todos felizes e excitados? Já
com o André foi o mesmo “filme de terror” durante meses a fio.
Mães e pais desse lado que me
estão a ler: eu sei que muitos de vocês também passaram pelas mesmas aflições
ou até bem piores. Esta que vos escreve precisava de desabafar estas palavras.
De repente dei por mim sentada num café (depois de ter deixado a miúda na
escola) a precisar deitar tudo isto cá para fora e percebi que não tinha
ninguém que me pudesse “aturar”.
Obrigada por me “ouvirem”! Bom
resto de semana para todos.